Dá-me trela.

A que sabes?
a mel de rosmaninho e canela?
a erva-doce e noz-moscada?
a hortelã e lima fresca com raspas de cacau?
se deixássemos o meu nariz visitar-te atrás da orelha...
isso é que era!

Sinto-me gigante.

Deslizo a um palmo do chão, indiferente aos buracos e aos seus tremores.
Vejo por uma película feliz, com a mesma placidez das imponentes montanhas brancas, ou a força surda das altas quedas de água.

Liga o rádio na minha estação favorita. Que música está a dar? “...you take me higher...”

Planta uma árvore, escreve um livro, faz um filho.

Plantou uma flor.
Escreveu um blog.
Criou um cão... e foi feliz.

Resto.

Há aparas que não cabem na geometria da vida.
O seu magnetismo faz-nos uma falta. Questionável.
Ensinam-nos um desapego forçado.
E se um dia chegássemos à morada desse buraco negro paralelo aos nossos dias?

Eu mortal. Ela divina.

O teu presente é ténue. É o Olimpo do teu passado que preciso conquistar.

"Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação."

Marcel Proust À Procura do tempo perdido