amor em contra-mão

Arquivo de sentimentos. Palavras em bruto, sem edição. secondhandemotion@gmail.com

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Fizemos todo o amor do mundo.

















Naquela tarde chuvosa, uma brecha. Um hiato no espaço e no tempo concentrou toda a existência de desejo e fusão animal. A nossa terna dualidade XX/XY.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

















Encostei-me ao teu peito,
O compasso do teu coração
soletra um nome que não o meu.
Fala uma língua estranha, estrangeira, desconhecida,
uma música que não sei dançar.

terça-feira, janeiro 24, 2006


Estou sozinha, perdida. Dói-me a memória que esforço para tentar voltar para trás. Procura de um caminho mutante que já não existe e que me leve à partida, já que o fim provavelmente não existe.
Faz um frio familiar neste labirinto estrangeiro ao qual nunca me habituarei.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Volta

Esqueci os teus defeitos
no meu peito és uma recordação colorida.
Volta para eu lembrar o que não posso esquecer,
aquilo que me fez sofrer.
A memória atraiçoa-me, adoça-te a boca, suaviza-te os gestos.
Foram tantos os motivos para não resultar, volta para eu me lembrar e te deixar outra vez.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Desta pele alugada, que um dia vai-me expulsar.
















Dás-me guarida na tua?

domingo, janeiro 15, 2006

Invasão Espacial

Tenho saudades do contacto físico frequente, espontâneo e sem mácula de quando éramos crianças.
Das cavalitas, beijinhos, abraços, mãos dadas. E até do puxar de cabelos, de lutas corpo-a-corpo que acabavam a rebolar no chão, das pisadelas voluntárias.
De quando não se sabia ler, na proximidade, o rótulo com a palavra “pecado”.
O respeito e o pecado misturam-se quando crescemos, nascendo do que os adultos incutem como medo.
Mas, em ti, o pecado cede o lugar ao sagrado. Sagrado é o adjectivo que afasta o teu corpo do meu.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Não tenhas pressa.

Sei o que ando a fazer.
A desviar-me das setas.
A fintar olhares.

Ainda não me perdi.

Continua o recreio das palavras que na minha cabeça ainda brincam.
Quando soar a campainha
cairão aos trambolhões numa folha em branco.
Porque a vida
é um intervalo.

A moldura do teu rosto encaracola nas pontas e enrola-me o juízo.

tattooed all I ever be*

“I hope someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star
on somebody else's sky, why, why can it be mine?”



*Black, Pearl Jam

quinta-feira, janeiro 12, 2006

esperar é uma inactividade muito cansativa

Como o tempo é casmurro!
Não estica nem encolhe, indiferente às nossas aflições.
Não cede nem um bocadinho por muito que lhe peçamos.
Ainda demoras?

terça-feira, janeiro 10, 2006

Não conheço caras, só cheiros.
Todos guardados num sótão frio.

Finitude

Cancelem as buscas.
Fechem as lojas.
Apaguem as luzes.
Cortem as estradas.
Já te vi. Arrebenta a bolha.

domingo, janeiro 08, 2006

O nosso filho

Maior que a soma das partes -tu e eu-, um todo perfeito.
Maior que nós, fora da esfera de alcance dos nossos sonhos,
no limiar da magia.
Um milagre só nosso
à mercê de todas as imperfeições e esquinas acutilantes do mundo.

sábado, janeiro 07, 2006

És a rotina da minha retina.

sexta-feira, janeiro 06, 2006






















Há quanto tempo não respiras fundo?


Just close your eyes and do it now.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Leva-me de mim. Não suporto o meu cheiro sem estar misturado com o teu.

como és despistado

Tiveste nas mãos o meu coração em chamas e nem soubeste de onde vinha o calor.

Amnésia Selectiva

Não endireitas o mundo, mas as coisas de que me fazes esquecer reduzem-no a um concentrado cor-de-rosa surpreendentemente suportável.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Não há nada de nobre no amor.
É uma energia imensa desregrada,
sublimada pela palavra escrita com letra espiralada, envolta em corações deturpados, na forma e na cor







Não há nada de nobre no amor.
Mas a sua força canalizada
por vezes opera nobres transformações.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Não me baralhes mais os pantones da imaginação.

domingo, janeiro 01, 2006


Tentei formular uma equação do amor que tendesse para o infinito... Mas encontrei demasiadas incógnitas.